O Instituto para as Obras de Religião (IOR), o chamado “Banco do Papa“, registrou um lucro de € 32,8 milhões (cerca de R$ 210 milhões) no ano ado. Uma alta de 7% na comparação com o ano anterior. Os números constam no recém-publicado orçamento de 2024.

Com isso, a instituição financeira do Vaticano concedeu um dividendo de € 13,8 milhões (cerca de R$ 90 milhões) ao papa Leão XIV.
O que o IOR faz?
O instituto, no ado no centro de escândalos e conspirações obscuras, foi saneado pelo papa Francisco e hoje se dedica à atividade bancária “normal” em nome do Vaticano, de ordens religiosas, paróquias, clérigos e funcionários do menor Estado do mundo.
O IOR é, de fato, a única instituição da Santa Sé autorizada a prestar serviços financeiros dentro dos muros da Cidade Leonina e, com base no novo quadro jurídico, está destinado a se tornar o cofre de todos os ativos do Vaticano.
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Atualmente, o IOR conta com mais de cem funcionários e 12 mil clientes, todos com estreita relação com a Igreja Católica ou o Vaticano.
Segundo o balanço do banco, o crescimento no lucro líquido é resultado do aumento da “margem de juros, da margem de comissão e da margem de intermediação, juntamente com um cuidadoso controle de custos”.
Patrimônio bilionário do Banco do Vaticano
No ano ado, o banco coletou € 5,7 bilhões entre depósitos, contas-correntes e, sobretudo, da gestão de ativos.
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O IOR istra aproximadamente € 3,2 bilhões em nome de clientes, que investem, em sua maior parte, em títulos da dívida de países. A estratégia do IOR é orientada pelos princípios da Doutrina Social da Igreja, e o instituto investe apenas em empresas que respeitam esses princípios: saúde da vida humana (nenhuma empresa envolvida em abortos e contraceptivos), respeito à vida humana (nenhuma arma), proteção do meio ambiente, vícios (nenhuma aposta, usura, álcool e tabaco), aos quais se somam os princípios do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU).
Os executivos do IOR também estão convencidos de que “misturar fé e ética com critérios de investimento” não compromete os retornos e, de fato, garante melhores retornos a longo prazo, permitindo a seleção de empresas mais resilientes em tempos de crise, como a pandemia e, atualmente, a guerra comercial.
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Como prova disso, o instituto cita o fato de que 79% de suas linhas de gestão de ativos “católicos” superaram o índice de referência em 2024 e alcançaram resultados melhores do que fundos comparáveis.
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